domingo, 30 de setembro de 2012

O caráter formativo da avaliação na Educação Infantil

Entendo por avaliação a prática contínua de observações da criança e suas interações com a troca de aprendizagens com o meio e como o professor e educador conduz e proporciona a construção do conhecimento em um caráter formativo, construído dia-a-dia, registrado continuamente, reavaliado constantemente, a fim de proporcionar um feedback para o seu trabalho, para o trabalho da escola e para a família da criança. Assim a avaliação é de todos: criança, educadores, professores, prática pedagógica da escola, equipe multidisciplinar e família. No Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, a avaliação é entendida, “...prioritariamente, como um conjunto de ações que auxiliam o professor a refletir sobre as condições de aprendizagens oferecidas e ajustar sua prática às necessidades colocadas pelas crianças. É um elemento indissociável do processo educativo que possibilita ao professor definir critérios para planejar atividades e criar situações que gerem avanços na aprendizagem das crianças. Tem como função acompanhar, orientar, regular e redirecionar esse processo como um todo.” Nessa citação, a avaliação na educação infantil surge identificada como avaliação formativa:a observação contínua e sistemática do desempenho nos processos de aprendizagens vivenciados pelas crianças. Tendo como objetivo reorientar e melhorar a ação educativa, a observação e o registro constituem o principal instrumento de que o professor da educação infantil dispõe para apoiar e aperfeiçoar a sua prática pedagógica. A avaliação deve permitir que as crianças compartilhem das observações e registros sobre o seu desempenho, vibrando com suas conquistas e tomando consciência de suas dificuldades. A avaliação deve ainda permitir que os pais, inteirados do projeto educativo da instituição, possam acompanhar de perto a prática educativa vivenciada por seu filho ou filha, compreendendo os objetivos propostos e as ações desenvolvidas. As características da avaliação na educação infantil (global, contínua e formativa) permitem ao professor direcionar sua prática educativa, respeitando as potencialidades das crianças, proporcionando a elas grande quantidade e variedade de experiências de aprendizagens, de modo que alcancem um maior desenvolvimento de suas capacidades. A observação direta e sistemática da criança, frente ao processo de construção e reconstrução de conhecimentos, permite ao professor, adequar a intervenção educativa, e, à criança, a tomada de consciência de suas aprendizagens. Portanto, estamos expressando nesse parecer descritivo o acompanhamento do processo do seu filho(a) neste primeiro semestre e não, meramente , uma avaliação baseada em expressar e diagnosticar resultados. O que nos cabe como agentes da educação é acompanhar e orientar o desenvolvimento das capacidades biopsicossociais, cognitivas e psicomotoras no seu desenvolvimento global, bem como expressar à família o desenvolvimento, até o momento, do que construímos, do que precisamos reconstruir, evoluir e, ou, até mesmo, repensarmos juntos em favor do desenvolvimento da criança. Cristiane Fraga S. Bohrz- Psicopedgoga

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

A escola que cuida... E educa!

Prestes ás comemorações da Semana das Crianças...Vale pensar e repensar. " Para cuidar é preciso antes de tudo estar comprometido com o outro, com sua singularidade e ser solidário com suas necessidades, confiando em suas capacidades. Disso depende a construção de um vínculo afetivo entre quem cuida e é cuidado." ( RCNEI, vol.1, p.75, MEC/SEF, 1998). Trabalhar com crianças pequenas, não é tarefa fácil, pois cada um tem seus interesses e necessidades individuais. Cada vez mais a educação infantil torna-se o início da vida social da criança, mais cedo, em que permanece, por um período, diário, longe do ambiente familiar. A Ed. Infantil tem um marco de reconhecimento como primeira etapa da educação básica, tendo como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade incompletos(atualmente), com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, sancionada em dezembro de 1996 sendo a primeira vez que a "Ed. Infantil" aparece numa lei nacional de educação. A criança é um ser de direito social! A criança como ser social de direitos recebe garantia de um desenvolvimento integral assegurado por lei. A educação é um direito e não mais um "artifício" para atender as necessidades dos pais. As instituições assumem a "concepção" de cuidar e educar como atos indissociáveis, de forma intencional e essencial e não, meramente, assistencial. "O cuidado na Ed. Infantil é uma ação cidadã, onde educadores- pessoas conscientes dos direitos das crianças , empenham em contribuir favoravelmente ao crescimento das mesmas. O cuidar é visto assim como uma prática pedagógica e como forma de mediação, que se constitui pela interação através da dialogicidade e quer possibilitar à criança leituras da realidade e apropriação de conhecimentos. Cuidar e educar significa compreender que o espaço/tempo em que a criança vive exige seu esforço particular e a mediação dos adultos( escola e família) como forma que estimulem a curiosidade com consciência e responsabilidade. A importância da Educação na vida de qualquer ser humano é incontestável, sendo a Ed.Infantil o início para a educação formal, mas vale ressaltar o papel da família neste processo. E esta também tem o caráter do cuidar essencial, que vai além do cuidar assistencial. O essencial se faz com atitudes de respeito, carinho, contemplando não só as necessidades fisiológicas, mas áquelas que constróem o "eu" interno da criança, que entende os seus conflitos e necessidades da alma. È o cuidar e o educar para a vida como ser social e saudável na sua amplitude de viver e conviver.