segunda-feira, 24 de maio de 2010

A Criança Independente: PROTEGIDA OU DESPROTEGIDA?



A pergunta é: como criar uma criança independente?

SUJOU...

BATEU...

CAIU...
ESCORREGOU...


Em primeiro lugar vamos definir o que é uma criança independente. A criança independente é aquela tratada com autonomia, inteligente, jovem,capaz e não aquela que não é capaz de se movimentar com a ajuda contínua de uma outra pessoa. É aquela que conquista o seu espaço nos pequenos atos como comer, se locomover, pular, saltar... É aquela que antigamente queria explorar o espaço, experimentando-o com desenvoltura, ou seja, é aquela que antigamente subia em árvores , em muros ,caia , arranhava os joelhos , os braços, as pernas... como coisas de criança. É aquela que brincava de esconde- esconde, podendo até se - peixar- com o amiguinho(a), fazendo um galo lá que outro... é aquela que brincava de taco, pulava corda e brincava de pega-pega...E hoje o que se vê? Crianças cada vez mais explorando os parquinhos in door, com equipamentos de superproteção, play grounds super protegidos em que se esquecem que para a criança aprender a viver ela tem que conviver, experimentar e que, por vezes, aquele arranhãozinho faz parte! Não se está falando de negligenciar a criança, mas de atendê-la e deixar que ela experimente, VIVA! CUIDAR é diferente de superproteger. Os adultos estão tão submersos aos horrores da mídia que acabam passando para seus filhos esses medos. É importante transmitir segurança aos filhos, pois eles aprendem com as atitudes dos pais!

A crítica é : aquilo que simplesmente era normal, saudável, feliz para o desenvolvimento da criança agora passa para perigoso. Um comparativo claro é de como eram as pracinhas- parquinhos- das crianças antigamente: com areia e de madeira e com bancos de cimento. As de hoje: com materiais de PVC e grama sintética. Obviamente, acompanhando a tecnologia e recursos cada vez mais avançados capazes de reduzir traumatismos e ferimentos, um ponto ótimo, mas serve para fazer uma paralelo à criança de hoje a de antigamente. A concepção de criança nos dias atuais é aquela com senso crítico e participativo bem mais que há uns 20 anos atrás, mas tem perdas no sentido do seu universo corporal e psicomotor pelo abafamento dessa proteção demasiada dos adultos.

Aos adultos: pais, educadores, cuidadores cabe o bom senso sempre aos cuidados demasiadamente exagerados e a quanto estão fazendo alusões aos pequenos acontecimentos que fazem parte do sadio desenvolvimento da criança nos seus aspectos biopsicomotores.

O mito da culpa dos pais por não serem responsáveis o suficiente e que os cuidadadores os substituirem tem de ser desmistificado.


Um pouco mais sobre o assunto...


Filhos são como navios


Ao olharmos um navio no porto, imaginamos que ele esteja em seu lugar mais seguro, protegido por uma forte äncora.

Mal sabemos que ali em preparação, abastecimento e provisão para se lançar ao mar, ao destino para o qual foi criado, indo ao encontro das próprias aventuras e riscos.

Dependendo do que a força da natureza nos reserva, poderá ter que desviar da rota, traçar outros caminhos ou procurar outros portos.

Certamente retornará fortalecido pelo aprendizado adquirido, mais enriquecido pelas diferentes culturas percorridas.

E haverá muita gente no porto, feliz a sua espera.

Assim são os filhos.

Estes tem nos pais o seu porto seguro até que se tornem independentes.

Por mais segurança, sentimentos de preservação e de manutenção que possam sentir junto aos seus pais, eles nasceram para singrar os mares da vida, correr seus próprios riscos e viver suas próprias aventuras.

Certo que levarão consigo os exemplos dos pais, o que eles aprenderam e os conhecimentos da escola, mas a principal provisão, além das materiais, estará no interior de cada um: A CAPACIDADE DE SER FELIZ.

Sabemos,no entanto, que não existe felicidade pronta, algo que se guarda num esconderijo para ser doada, transmitida a alguém.

O lugar mais seguro que o navio pode estar é o porto, mas ele não foi feito para permanecer ali.

Os pais também pensam que sejam o porto seguro dos filhos, mas não podem se esquecer do dever de prepará-los para navegar mar a dentro e encontar o seu próprio lugar onde se sintam seguros, certos que deverão ser, em outro tempo, este porto para outros seres.

Ninguém pode traçar o destino dos filhos,mas deve estar consciente de que na bagagem devem levar valores herdados como: HUMILDADE,HUMANIDADE, HONESTIDADE,DISCIPLINA,GRATIDAO E GENEROSIDADE.

Filhos nascem dos pais, mas devem se tornar cidadãos do mundo. Os pais podem querer o sorriso dos filhos, mas não podem sorrir por eles. Podem desejar e contribuir para a felicidade dos filhos, mas não podem ser felizes por eles.

A FELICIDADE CONSISTE EM TER UM IDEAL A BUSCAR E TER A CERTEZA DE ESTAR DANDO PASSOS FIRMES NO CAMINHO DA BUSCA.

Os pais não devem seguir os passos dos filhos e nem devem estes descansar no que os pais conquistaram.

Devem os filhos seguir de onde os pais chegaram, de seu porto, e, como navios, partirem para conquistas e aventuras. Mas, para isso, precisam ser preparados e amados, na certeza de que: " Quem Ama Educa."

" Como é difícil soltar as amarras".

(Içami Tiba)


Um comentário:

  1. Excelente texto, bom para pais com excesso de zelo.... rssr como eu e meu marido, claro!!!

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