domingo, 21 de abril de 2013

A agressividade e suas manifestações na infância

Primeiramente, vamos definir o que é agressividade. A agressividade é uma tendência em agir de forma intensa variável, desde expressões verbais, gestuais até agressão física, podendo ser parte de um conjunto de sintomas. Na infância, do ponto de vista da teoria de aprendizagem social, o comportamento agressivo dá-se ante uma situação de conflito que provoca um sentimento de frustração na criança. O tipo de reação que terá a criança dependerá de como ela “sabe” reagir diante de uma situação conflitante. Dependerá de suas experiências prévias. Conforme Winicott, a agressividade é vista em suas raízes como sendo algo de ordem inato, coexistentes com amor, constituindo uma das fontes de energia de um indivíduo, além de significar direta ou indiretamente uma reação à frustração. Verificamos os impulsos agressivos desde muito cedo numa criança com ações primitivas como morder, bater, espernear, gritar... Como uma forma de expressar o que se passa no seu interior, já que ela não consegue ainda expressar falando o que sente. Muitas vezes a agressividade pode ser sintoma de uma grande excitação da criança. Já que a criança não sabe como canalizar agressividade, então ela acaba agredindo com mordidas, batendo nos colegas, dando beliscões, arranhando... As crianças de um a três anos de idade tendem a ser mais agressivas, pois são primitivas ao pensarem e externalizarem os seus conflitos, as suas frustrações. Assim chamam a atenção dos adultos (família, cuidadores, professoras...). A agressividade é evidenciada conforme a fase de desenvolvimento em que a criança se encontra. Como exemplo, as mordidas, demonstradas pela satisfação oral, com a zona da boca, como fonte de obter a satisfação imediata. Ao longo da vida, a agressividade adquire formas diferentes de expressão. O bebê, por exemplo, usa o choro para comunicar seu desconforto, incluindo a agressividade. Aos poucos, adquire outros recursos para se manifestar e conhecer o mundo, tais como: colocar tudo na boca e morder, dar tapas, tocar e puxar. Esses comportamentos vistos como agressivos pelos adultos nada mais são do que a forma que o bebê possui de descobrir as coisas. Mais tarde, vendo como os pais reagem frente a esses comportamentos é que as crianças aprendem que puxando o cabelo da mãe ou empurrando um coleguinha conseguirão a atenção dos cuidadores. Outra questão é o aumento da necessidade da criança de testar os adultos e as regras: “até onde posso ir?”, “eles continuarão me amando se eu desobedecer?” Com o desenvolvimento da criança, a agressividade passa a ser utilizada também para chamar a atenção e marcar o seu espaço. Para conferirmos que algo não está bem devemos conferir a intensidade e a freqüência. Duas palavrinhas fundamentais que dão o alerta! No mais a agressividade é inerente ao ser humano e faz parte da sobrevivência, das relações com o meio como forma de o indivíduo lutar pelo seu espaço e obter seus objetivos. Será preocupante se estiver em excesso, prejudicando a própria criança e as demais com as quais convive. Se um dia ou outro uma criança mordeu, bateu, beliscou não quer dizer que ela está agressiva. Não é motivo para preocupação nem por parte da família do que “agrediu” e nem por parte da família da criança que “foi agredida”. No caso de ser intenso e freqüente deve ser observada e investigada pela família e escola. Deve ter intervenção constante por parte dos adultos (família e escola), através de... - Compreensão pelos pais e educadores que a criança está em conflito e precisa de ajuda, conversando com ela e deixando claro que não gostam daquele comportamento agressivo. -Olhar nos olhos da criança e falar com firmeza sobre o que não gostou, sem grandes discursos e sem agressões. -Não bater e não revidar as birras, mantendo paciência. -Não proporcionar castigos e, sim, intervenções verbais e firmes na hora do comportamento. -Não fale demais!Ordene com firmeza sem gritar. Atenção... *** A birra é normal quando acontece esporadicamente. *** A agressividade infantil é uma forma de implorar limites! *** A avaliação psicológica, conforme a continuidade da agressividade pode ser necessária. *** Atividades físicas, artísticas, musicais são recomendadas para as crianças canalizarem a agressividade. Cristiane Fraga Bohrz O.E./Psicopedagoga

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